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Você sabe quais foram os maiores sanfoneiros da história de Guaramiranga?

Você sabia que hoje Guaramiranga é um dos poucos municípios do Estado do Ceará que tem uma escola de música?

 

 

 

 

 

Graças a AGUA, em 1997 foi Inaugurada a Escola de Música de Guaramiranga, a partir deste momento foi possível formar e incentivar nossos jovens para a inicialização da arte musical, através de formação de cursos básicos de música nos seus mais variados tipos de instrumentos.

 

AGUA - Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga, nasceu em 1991 e foi fruto dos sonhos e da força de concretização de um grupo de artistas, arte-educadores, artesãos, gestores culturais, líderes comunitários, educadores e ambientalistas que se uniram em torno de uma causa: o crescimento sustentável de Guaramiranga.


Antes disso, só era possível a aprendizagem musical em família, e é isso que vamos mostrar nesta matéria, o exemplo de grandes sanfoneiros que fizeram história antes da metodização da arte musical em nossa cidade.

 

 


                                          ''Música e Memória''


Vamos falar agora de grandes nomes que fizeram a música guaramiranguense, eles deixaram diferentes níveis de registro de suas obras, destacamos ao longo deste trabalho, os Sanfoneiros Raimundo Carloto, Zé Valentim e Os Necos (Vicente e Manel).


O que se chama forró pé-de-serra, hoje em dia, vem do som original que tem uma sanfona brejeira, era a chamada dos grandes bailes dos salões de festa do século passado, tradição introduzida em nosso meio pelos ingleses com o nome: “for all”.


Em Guaramiranga essas festas eram realizadas em salões nos grandes sítios e em lugarejos, eram comum serem realizadas em batizados, casamentos e em datas comemorativas, faziam a alegria dos filhos dos proprietários de sítios onde pais dançavam com os filhos no meio do salão e rapazes e moças dançavam descontraídos sob o olhar exigente da família.

 

 


Para representar o que foi estes tempos dourados segue um poema escrito no facebook, em 21 de junho de 2014, pelo nosso colega Francisco Ferreira Costa.


“O meu nome é xico, gosto muito de tertúlia, mais também danço forro, uso perfume forte tipo raobriar , ou leite de rosa, ou ainda desodorante para o suvaco chamado Mistral, e sabonete febo, tenho uma Brasília aro banana, mas prefiro andar no meu cavalo, uso roupas finas tipo: calça Faroeste e blusa volta mundo e chapéu de massa quebrado na testa, e não abro mão de uma boa pexeira, só ando alegante e uma vez por outra eu tiro uma proza com a Raimunda, aquela bonita donzela fia da Dona Doca. O pobrema é que a danata masca funo caipora e usa papilim para fazer peduro de funo Arapiraca. Eu só fumo cigarro BB ou continental sem filtro. Ela também usa óleo de coco ou pajeú para desembaraçar os cabelos para ir o forror lá na Arábia na casa do seu Raimundo Carminha, a luz de lamparina e animado pelo banda do sofomeiro "Neco" ou o conjunto do Zé Valentim, mesmo que seja toque de vitrola, com disco venilde alta rotação, não tem portança, o bom mesmo e tá perto da Grasiela aquela preta do suvaco cabeludo e perna grossa tipo pilão.”

Francisco Ferreira Costa

  

 

Raimundo Carloto



Raimundo Carloto Silva Neto, músico da mais alta linhagem (a exemplo do pai e dos irmãos)  foi o primeiro sanfoneiro consagrado da região, era comerciante de tecido na Vila Forquilha e tocava nas horas vagas, por volta de 1947, mudou-se para São José de Macaóca, Madalena, na época distrito de Canindé, onde continuou com seus sucessos.

 

Raimundo Carloto chegou a ser eleito o melhor sanfoneiro amador do Ceará em concurso promovido pelos Diários Associados do Ceará, TV Ceará (Tupi) e Ceará Rádio Clube.

 

 

 

 

 

Ao executar seu acordeon, Raimundo Carloto encantava a todos pela sua arte e habilidade com esse instrumento excepcional.

Raimundo primava pela música clássica, embora tocasse outros estilos, era especialistas em valsas francesas, músicas espanholas e de outras nacionalidades.

 

Vídeo com Raimundo Carloto e sua obra de arte:
https://www.youtube.com/watch?v=nw5fqDg1j5c

 

 

Zé Valentim


Entre os poucos sanfoneiros da região que construiu uma carreira profissional exemplar, encontra um lugar de privilégio, ao sanfoneiro Zé Valentim.


Nascido em Guaramiranga, em 19/03/1926, no sítio Brejo das Pedras, José Valentim da Silva era  filho do Sr. João Valentim, desde menino já despertava a atenção para a sanfona.

 

Começou a sua carreira profissional nos anos de 1950 cantando gêneros da música popular e se tornou presença cativa nos eventos da região, como arrasta-pés, quadrilhas, reizados, serenatas, festejos juninas e carnavais.

 

 

 

Sempre acompanhado de sua Sanfona italiana e dos seus músicos, Fransquim Valentim no Pandeiro, Antônio Pinto no Violão,  Tatito na Bateria,  entre outros que faziam a animação da rapaziada da serra.

 
 
 

Os Necos



Como dizia Oswaldinho do Acordeon“A verdadeira sanfona é aquele instrumento menor, de oito baixos, onde abrindo o fole é uma nota e fechando é outra, ensinada de pai para filho”.

 

 


Assim aconteceu com Os Necos, que hoje está na sua terceira geração com Fábio Lopes, um grande forrozeiro pé de serra da região, filho do Manoel.

 

Tudo começou com o seu Neco Lopes(Nequinho) que com sua sanfona fazia a alegria dos salões da noite de Guaramiranga, logo começou a levar os seus dois filhos aos caminhos da Sanfona, e que logo se tornaram uma lenda viva do forro em Guaramiranga.

 



Os Necos, Vicente e Manel, no auge artísticos, chegaram a se apresentar nos Programa Augusto Borges e Irapuan Limam, campeões de audiências na TV Ceara e na TV Verdes Mares.

 

 

 

Vídeo  com o encontro da geração Neco Lopes - Manoel e Fábio Lopes(Pai e Filho).

https://www.facebook.com/fabio.lopesfranco.1/videos/t.100000675635159/645340135600501/?type=2

 

 


Para encerrar esta maravilha, que só Ceará pode ofertar, Orquestra de Sanfonas:

https://www.facebook.com/arahilda.gomesalves/videos/10204977201028302/

 

 

Agradecimentos:

Agradecemos ao casal Ronaldo Bezerra e Leda que muito ajudaram na pesquisa dos nossos artistas. 

 


 

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